AFARAM


CURSO DE OPERADOR DE SERVIÇOS DE LIMPEZA


7ºANIVERSÁRIO AFARAM


AFARAM

AFARAM nasceu para apoiar pessoas e famílias que vivem sob o “estigma”.

Integrar o doente mental
Falar de doença mental continua a ser um tema quase proibido na nossa sociedade porque o assunto nos dá algum receio, pelo desconhecimento que, ainda, recai sobre ele. Nalgumas instituições madeirenses, vários funcionários trabalham em prol da melhoria da saúde mental de pessoas que, por determinadas circunstâncias da vida ou porque a doença “nasceu” com elas e, anos mais tarde, revelou-se, acabaram por ter que receber tratamento. A AFARAM — Associação de Familiares e Amigos do Doente Mental da RAM apercebeu-se da necessidade de integrar estas pessoas na sociedade, após receberem alta. No fundo, pretende ajudar a família e os doentes a caminharem, novamente, pelos seus pés perante a sociedade que, muitas vezes, não sabe encará-los. Carregam um estigma e há quem, por vezes, lhes chame de loucos sem saberem que a loucura pode estar a escassos metros… A “Olhar” foi conhecer um pouco melhor o trabalho desta associação e a importância que tem para os doentes que ali passam as tardes, em “família”, como disseram os próprios…(ler +)

 


>Recordar é viver

>
http://www.youtube.com/get_playerAnimação e Intervenção sociocultural na reabilitação do doente mental ·

“Oficinas d’Animação” – conjunto de variadas actividades Lúdico-Pedagógicas com intuito de desenvolver competências pessoais e sociais nos tempos livres. De forma divertida, criativa e dinâmica fomentamos experiências novas e diferentes que espelhem (a curto, médio e a longo prazo) mais-valias “para e no” grupo-alvo. Apresentar um leque variado de actividades na aposta da área das expressões (performativas e recreativas), assim como, da comunidade (desenvolvimento pessoal e social) que supõe uma estratégia de intervenção enquanto “veículo” de animar (“dar vida”, “ânimo a”). Isto, no sentido de que a aposta na educação informal durante os tempos livres, pode reflectir um dos variados contributos da Animação Sociocultural, isto é, aprendizagens pessoais e sociais nos mais variados contextos e práticas na vida activa.

Alguns dos objectivos passam por:

– Solidificar actividades necessárias de Animação e Intervenção Sociocultural (na área das expressões criativas/performativas – plástica, dramática/corporal e musical);

– Enriquecer e estimular os utentes e comunidade para as doenças mentais (na área da cidadania activa/organização de eventos e iniciativas várias mediante: Processos/Pessoas/Contextos).

Em especifico:

– Criar novas práticas direccionadas de lazer e educação informal, na medida em que se pretende oferecer uma dinâmica mais activa às “horas mortas”, passadas pelos utentes;

– Suavizar os ciclos de isolamento e/ou exclusão social, que são uma constante nos portadores de doenças mentais;

– Fortalecer a assistência, apoio e acompanhamento de familiares, amigos e comunidade em geral, em actividades. Uma vez que se pretende promover acções que exijam a participação não só dos utentes como do meio envolvente.


>Algumas Actividades desenvolvidas:

>I ÁGORA DE IDEIAS: Enquadramento Jurídico na Doença Mental (Junho de 2004);

FEIRA DA SAÚDE MENTAL: “Singularidades” (Dezembro de 2005);

II ÁGORA DE IDEIAS: “Sexualidade e exclusão social na pessoa portadora de doença mental” (Setembro de 2007);

INTERVENÇAO LECTIVA:“Introdução à Psicopatologia e à Neuropsicologia”
(Fevereiro de 2008);

IV ANIVERSÁRIO: ”Marcha Pró Saúde Mental”(Abril de 2008);

SEMINÁRIO:“Dificuldades de Aprendizagem em Crianças e Adolescentes”
Julho de 2008);

SESSÃO CULTURAL: “A Família e a Saúde Mental”(Abril de 2009);

SAÚDE MENTAL EM FOCO:“OITO DIAS DE REFLEXÃO” (Outubro de 2009);

“ENCANTOS SOLIDÁRIOS”: Espectáculo de Solidariedade a favor das vítimas da Intempérie (Fevereiro de 2010) ;

COMEMORAÇÕES VI ANIVERSÁRIO (Fórum FNAC – Madeira Shopping):
– Exposição fotográfica “De Olhos Vendados” ;
– Tertúlias: “Relação entre a família e o doente mental” e “Desmistificar e combater o estigma dos que são diferentes de nós” (Março de 2010);

ESPAÇO FAMÍLIA: “Chá Falante” (Maio de 2010).


>Como se processa a Intervenção da AFARAM?

>A sede da AFARAM tem funcionado regularmente todos os dias úteis da semana como centro de apoio comunitário, com actividades que decorrem de uma programação estruturada, diária e semanalmente, complementada com um leque diversificado de actividades no exterior. Estas últimas, mesmo quando proporcionam uma complementar oportunidade de convívio, lazer ou recreio, adquirem especial relevo quanto a certos comportamentos e a desenvolvimento pessoal geral. Aspecto de particular significado do trabalho com os utentes é o da aquisição e desenvolvimento de competências sociais básicas, visando recursos que concorram para o objectivo da reinserção social. Procura-se a valorização sistemática dos recursos remanescentes e desenvolvem-se também outros, no sentido da conquista da maior autonomia e independência possíveis.

Apesar da normal e sistemática disponibilidade para receber, a pedido, familiares dos utentes e da frequente iniciativa da AFARAM de contactar elementos familiares, no interesse do melhor processo evolutivo dos utentes, a AFARAM tem estimulado o encontro com as famílias e das famílias entre si em datas oportunas, nomeadamente em certos períodos especiais do ano civil (Natal e outros). Esta dimensão de uma verdadeira comunidade dentro da AFARAM será, esperamos, reforçada no futuro, dado que há esperança de virmos a dispor de mais recursos de pessoal especializado.

A propósito de intervenção cívica e formativa no meio, a AFARAM tem já um historial de real significado, pela concretização de um apreciável leque de iniciativas no passado, ainda que sempre lutando com recursos e apoios financeiros muito escassos.


>EM QUE CONSISTE A INTERVENÇÃO CÍVICA DA AFARAM?

>As associações de que a AFARAM é exemplo surgiram especialmente vocacionadas para o processo de reabilitação psicossocial e reinserção social dos doentes. Dentro desta orientação cívica geral há quatro vertentes a destacar:
a) Utentes – as pessoas com doença mental severa e persistente que gozam de alguma estabilização clínica; b) Famílias; c) Comunidade em geral; d) “Advocacy”.

Os utentes que procuram a ajuda da AFARAM têm em geral um historial de crises psiquiátricas, por vezes com vários internamentos hospitalares, de maior ou menor duração. Deixaram de ter uma vida normal na família e fora dela, com perda de amigos, com normal interrupção dos estudos ou perda do emprego, vulgar perda de auto-estima e motivação de vida, arrastando um dia a dia de inacção, sem esperança, sem convivência, sem horizonte de mudança, sem qualquer projecto de vida, uma situação de maior ou menor exclusão. Estes efeitos decorrem dos défices causados pelas doenças (depressão, doença bipolar, esquizofrenia, ansiedade generalizada,
perturbação obsessivo-compulsiva, fobias, etc.) e das acrescidas consequências dos internamentos, propiciadores de perda de convívio e isolamento social. São doenças causadoras de limitações funcionais, a nível individual e social, geradoras de forte desvantagem e capacidade diminuída para que se possa ter, sem reabilitação psicossocial, um processo de vida como o comum das pessoas. A experiência demonstra que estas doenças não se tratam só com medicamentos. São muito importantes e em regra imprescindíveis, mas tal reabilitação apresenta-se como uma efectiva componente do que deve ser um tratamento abrangente. É tal componente que a AFARAM procura assegurar, sem descurar a devida atenção à assistência médica e aos medicamentos.
As famílias podem encontrar ajuda para as suas necessidades, através de acolhimento, disponibilidade empática para as ouvir, compreensão, respeito, atenção, aconselhamento, convívio, um clima de confiança, passar a ver a doença do seu familiar com outros olhos, saber aceitar a doença sem se deixar esmagar por ela, adquirir competências para saber lidar com muito diversas e difíceis situações (stress e outra carga afectiva e emocional, eventual agressividade, gestão de conflitos, a incerteza acerca do futuro, carências económicas, etc.). É ainda muito relevante a informação qualificada que a associação pode facultar. Espera-se que em breve se possa dispensar também apoio domiciliário, o que até aqui só tem sido possível em casos excepcionais.

A comunidade em geral assume extrema relevância. Para que ocorra a mais completa inserção possível na comunidade, esta deve ser informada e sensibilizada a propósito dos ex-doentes e pessoas estabilizadas. Basicamente, requer-se da comunidade uma dupla atitude: por um lado, uma postura de aceitação (e não de cega rejeição ou exclusão); por outro, uma atitude de esclarecidas humanização, solidariedade e colaboração bem pró-activa. Uma representação social da doença mental dominada por mitos grosseiros, sem fundamento, impróprios da época em que vivemos, alimentam o estigma e a discriminação e estes são os maiores obstáculos à reinserção social (na família, na vizinhança, na educação, na habitação, na formação profissional, no laser, no emprego, etc.). É a consciência plena deste circunstancialismo que justifica exactamente a iniciativa da AFARAM com o título “Saúde Mental: Oito Dias de Reflexão”).

A “advocacy” é a postura sistemática de defesa de direitos, interesses e qualidade de vida de utentes e famílias. Trata-se de algo que vivemos como um imperativo ético.


>Primeira Residência Comunitária Protegida

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RESIDÊNCIA PROTEGIDA PELA AFARAM

A AFARAM – Associação de Familiares e Amigos do Doente Mental da Região Autónoma da Madeira é uma instituição que, sem quaisquer fins lucrativos, dedica-se especialmente, de forma imediata, à reabilitação psicossocial de pessoas com história de doença psiquiátrica e ao apoio às suas famílias. Esta reabilitação é um processo técnico complexo, multi e interdisciplinar, para que as pessoas que dela carecem possam voltar a ter uma vida tão próxima do comum das pessoas quanto possível, conquistando o máximo de autonomia e independência. A experiência demonstra que tal objectivo não é uma miragem. Mas para tal há uma outra condição essencial, já de outra natureza.
– Esta prende-se com a necessidade de condições dignas de habitabilidade, higiene, alimentação, conforto, respeito, segurança e privacidade.
A AFARAM sentiu algumas dificuldades na reabilitação de alguns dos seus utentes pela ausência desta condição essencial. Assim nasceu este projecto – Residência Comunitária “Cantinho da Esperança”.
Trata-se de uma estrutura habitacional na comunidade com capacidade para quatro utentes adultos de ambos os géneros, com história pessoal de doença psiquiátrica.
Esta residência pretende apoiar pessoas em situações problemáticas ou de abandono, que vivem em condições precárias e/ou privados de apoio familiar.
Pretende-se que estas pessoas encontrem um lar onde possam construir um projecto de vida, de modo a facilitar a sua inserção na sociedade, bem como desenvolver a sua autonomia e a sua auto-estima.
Esta residência protegida pela AFARAM – Associação de Familiares e Amigos do Doente Mental da Região Autónoma da Madeira deve ser um lar onde os utentes possam sentir-se seguros, realizados e felizes aprendendo as competências necessárias para a sua autonomização.


>ENVOLVE-ME

>http://www.youtube.com/get_player

“Envolve-me” uma das iniciativas no âmbito das comemorações do VIºaniversário de AFARAM tenta mostrar, através da fotografia em vídeo, as “marcas” do estigma de que são vítimas as pessoas portadoras de doença mental. Tentámos retratar, com sensibilidade e subtileza, o sofrimento silencioso, escondido e camuflado, que as pessoas portadoras de doença mental sentem diariamente.


>PERGUNTAS MAIS FREQUENTES

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“A quem recorrer no caso de uma crise? ”

“ Como posso convencer o meu
familiar/amigo a ir a uma consulta? ”

“A quem devo dirigir-me? ”

“ Que actividades poderá ele ter? ”

“ Quem me pode ajudar? ”

“ Que posso fazer se ele não tomar medicação? ”

“ Que será dele quando eu já não existir ”